Miley Cyrus tem a sua vida ligada à Cultura Pop há tanto tempo que muitas vezes nos esquecemos de que ela é uma jovem artista que acabou de completar 28 anos de idade.
Nesse caminho, ela vem se conhecendo como mulher, cantora, compositora e com a vantagem de alguém que já se baseia em uma carreira consolidada, experimenta através dos mais diversos gêneros para celebrar as influências musicais que a formaram.
Bem longe do início que a consolidou como ícone teen com Hannah Montana, Destiny Hope Cyrus tem cada vez mais apostado em colaborações com nomes que fogem da sua zona de conforto, e não à toa já lançou parcerias com nomes como The Flaming Lips e Laura Jane Grace, do Against Me!
Pois em 2020 muito se falou sobre como Miley Cyrus lançaria um “disco de Rock” e ele veio com Plastic Hearts na última sexta-feira, dia 27 de Novembro.
Miley Cyrus – Plastic Hearts
Com o gênero musical longe do mainstream há tanto tempo, é claro que muitas dúvidas surgiram a respeito de como Cyrus abordaria o Rock And Roll, já que o termo, genérico, poderia ir do Indie ao Pop-Punk e do Psicodélico ao Heavy Metal.
Quando tivemos as chances de ouvir as canções do álbum, ficou claro que Miley não estava embarcando em nenhum tipo de loucura e/ou experimentação: ela celebraria o Rock sim, mas tudo de forma bastante conectada com o que ela fez nos últimos anos de sua carreira, celebrando a música Pop e o Country, tão presente em sua família.
Mais do que celebrar o gênero em si, Plastic Hearts acaba sendo uma homenagem a períodos que até hoje fazem parte do imaginário musical, principalmente os Anos 80 e os Anos 90.
Isso já vinha ficando bem claro quando foram anunciadas as participações especiais de Billy Idol e Joan Jett, ícones dos Anos 80, e as próprias parcerias traduzem bem isso.
“Night Crawling”, com Idol, traz a new wave desenhada pelos artistas com aquela pitada Pop/Rock que caracterizou todo o trabalho de Billy durante a sua carreira, e “Bad Karma”, com Joan Jett, é uma canção sexy e envolvente que faz grande uso dos vocais rasgados das duas cantora.
Tudo sem necessariamente destacar pesos de riffs e solos de guitarra, mas mostrando pressão e força com grandes batidas e letras sobre relacionamentos, em mais um dueto com quê de nostalgia.
Miley Cyrus e Dua Lipa
Nostalgia essa que é presente em “Prisoner”, feat. com Dua Lipa, jovem artista britânica que também embarcou nessa viagem ao passado.
Apesar de ser colaborativa com um nome contemporâneo, a faixa esbanja traços do passado e nos transporta diretamente para a trilha sonora de filmes como Flashdance, de 1983, com suas coreografias que marcaram época.
O baixo na abertura do disco em “WTF Do I Know” pode até dar uma sensação diferente, bem como as guitarras ao melhor estilo Queens Of The Stone Age, mas Plastic Hearts não foi imaginado com a ousadia em mente, pelo contrário.
A ideia foi jogar de forma segura celebrando uma época importante para a música ao mesmo tempo em que os elementos originais de Miley Cyrus eram preservados e amplificados.
Continua após o vídeo
Como resultado, temos canções dançantes, divertidas e nostálgicas de uma das artistas mais interessantes da atualidade, que não para de explorar ao mesmo tempo em que entende onde atua melhor e dialoga com outros nomes para construir uma carreira sólida.
Ao final das contas o álbum é uma viagem deliciosa com muito neon, games antigos e sons grudentos como “Midnight Sky” e sua versão bônus com Stevie Nicks, ou a ótima faixa título e a balada “Angels Like You”.
Não há qualquer tipo de tentativa de reinventar um gênero, momentos de grandiosidade extrema, experimentações malucas ou qualquer coisa que pudesse soar como se houvesse o desejo de causar por causar ou se impor como “nova representante” de algo.
Plastic Hearts é uma celebração a tempos mais divertidos e que muito provavelmente nem fossem, mas parecem extremamente mais fáceis do que os de hoje. Tudo isso com muita música boa. Um baita acerto.
NOTÍCIAS MAIS QUENTES no RESUMO DA SEMANA
Fique por dentro das notícias mais quentes do mundo da música, bem como dos lançamentos nacionais, ouvindo o Resumo da Semana, programa do Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos!